sábado, 30 de janeiro de 2010

Paraíso - Consolação

Estação Consolação,
Sentado observando a movimentação.

Passos largos no final de semana,
Pés que nunca tocam o chão,
Corações embrutecidos.

O cinza das paredes agora reflete em nossas almas,
Olhares fixos em direção ao horizonte buscando forças para superar nossos traumas.

Perdidos em seus próprios sonhos caminham sem direção,
Ninguém sabe onde chegar, caminham seguindo o efeito manada.

Mentes abduzidas em bunca da glória,
Só um décimo de todos conseguirá seu lugar ao sol,
11 milhões de almas embrutecidas e perdidas.

Muitos a sua volta,
A quantidade já não minimiza a solidão,
Nos prega uma falsa ilusão.

Todos em suas próprias bolhas,
Relações superficiais,
Modelagem de comportamentos artificiais.

A palavra de ordem é "vença",
Não importa a sua crença,
A vida as vezes é injusta e nos prega peça.

São Paulo já não é mais santo,
Garotos em bando roubaram seu manto,
Agora virou as costas mostrando todo seu desencanto.

O mesmo sangue já não justifica compaixão,
Vou todo dia do Paraíso a Consolação,
Queda livre dos sonhos rumo a colisão com o chão,
Corpo cheio de cicatrizes a caminho da crucificação,
Agora perdido nas letras que compoem a palavra realização.

Wagner Marcelo "W3M"

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