Na ausência da luz algumas almas descansam,
Umas em paz outras já não conseguem isso mais.
Me sinto como um bicho notívago,
A minha já não sabe em que momento desligar,
Mas felizes são os ignorantes que não tem muito o que pensar.
Deitado em suas camas agora adormecidos,
O suor já não escorre mais pelo rosto,
Já não é mais evidente seu rancor e seu desgosto.
Sonhos infântis, lúdicos inoscentes,
Enquando dormem parasitas rodeiam o subconsciente.
Parasitas da vida média,
Subconsciente aprisionado,
Exilado, abandonado na ilha chamada arrogância.
Ando pela casa a passos leves atordoado pelo barulho,
Não pelo barulho das máquinas e dos carros,
Mas pelo barulho da minha existência,
Do meu coração que se mistura ao barulho do pêndolo do relógio.
Felizes são os brutos que não chorão,
Que não questionam a sua própria existência,
Sempre trancafiados se exercitando na mesma gaiola,
Girando a roda juntos com outros ratos engravatados.
Vida sem glória,
Programada, robotizada,
Sincronizada com um vinil na vitrola,
Onde o lado A que se toca é a nossa vida, a nossa história.
Devemos correr, aproveitar para que nada passe em vão,
Mas por favor, sem aumentar a rotação,
Pois não há um lado B,
E não há chance de escutar novamente o que passou sem perceber.
Wagner Marcelo "W3M"
Que hoje eu passei batom vermelho
Há 12 anos